
Foto: Pragmatismo Político
A
juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça
Militar do Rio, decretou nesta quarta-feira (17) a prisão preventiva do
major Edson Raimundo dos Santos, tenente Luiz Felipe de Medeiros e
soldado Newland de Oliveira Júnior. Eles são acusados de envolvimento no
sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho de
2013, após ter sido interrogado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)
da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. Além dos três
policiais militares, a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro
(MP-RJ) oferecida no último dia 11, incluiu o soldado Bruno Medeiros
Athanasio, mas o policial ainda não foi citado na decisão judicial.
Segundo informações da Agência Brasil, o major Edson, que comandava a
UPP da Rocinha na época do desaparecimento de Amarildo, e o tenente
Medeiros, também lotado na unidade, já estão presos pelo desaparecimento
do pedreiro. Na decisão, a juíza considerou que os indícios dos fatos
constituem crimes militares de natureza grave: “Sendo certo que
materialidade delitiva e autoria encontram-se indiciariamente
demonstradas, especialmente pelas declarações prestadas pelas
testemunhas, que narram, com riqueza de detalhes, a empreitada criminosa
e o modus operandi dos policiais militares”. A denúncia revela que os
policiais pagaram testemunhas para mentir em juízo, informando que o
autor do crime foi o traficante Thiago da Silva Neris, o Catatau. Em uma
ligação telefônica, o Ministério Público e o Inquérito Policial Militar
(IPM) concluíram que o policial militar Marlon Campos Reis se fez
passar pelo traficante, assumindo a responsabilidade pela morte de
Amarildo. Marlon já é réu no processo comum, mas na Justiça Militar
ainda não está denunciado. Segundo o MP-RJ, os policiais pagaram R$ 850
para uma moradora da Rocinha, identificada como Lucia Helena, e teriam
pago mais R$ 500 a uma testemunha identificada apenas como Wellington. A
testemunha Lucia Helena teria voltado atrás e confessou ter recebido
propina para mentir em depoimento. A juíza informou que Lucia Helena
está desaparecida desde agosto de 2014, “o que demonstra a necessidade
da segregação cautelar dos réus. Tais afirmações das testemunhas
indiciam a periculosidade dos policiais militares ora denunciados, além
de denotar evidente risco à ordem pública, gerando insegurança à
comunidade em que atuam, especialmente em razão da natureza e do modus
operandi dos fatos narrados na denúncia”. A juíza determinou que os
policiais sejam presos na Unidade Prisional da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro. Ela marcou para 8 de janeiro de 2015 o
interrogatório dos acusados.
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