por Rafael Moraes Moura, Tânia Monteiro e Rachel Gamarski / Estadão Conteúdo
Foto: Reprodução
Na mira do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sob
constantes ataques da oposição, que se articula para viabilizar o seu
impeachment, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que "não há espaço
para aventuras antidemocráticas" na América do Sul. Em discurso na 48.ª
Cúpula do Mercosul, feito para comentar a situação geral do bloco, mas
que também serviu para enviar recados domésticos, Dilma defendeu a
persistência no caminho da democracia, "evitando atitudes que acirrem
disputas e incitem a violência". "Somos uma região que sofreu muito com
as ditaduras. Hoje somos uma região onde a democracia floresce e
amadurece. No ano passado, tivemos eleições gerais no Uruguai e no
Brasil. Este ano é a vez da Argentina e da Venezuela", discursou a
presidente. A fala soou como mais um recado da insatisfação brasileira à
demora dos venezuelanos em definirem a data das eleições parlamentares,
que foram marcadas para 6 de dezembro. "A realização periódica e
regular desses pleitos demonstra capacidade de lidar com diferenças
políticas, por meio do diálogo, do respeito às instituições e da
participação cidadã. Temos de persistir neste caminho, evitando atitudes
que acirrem disputas e incitem a violência. Não há espaço para
aventuras antidemocráticas na América do Sul, na nossa região",
completou Dilma. O discurso de defesa à democracia foi reforçado pelos
colegas sul-americanos. Envolvido em uma grave crise social e política, o
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saiu em defesa dos movimentos
de esquerda, afirmando que "ninguém vai nos apagar do mapa". A
presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por sua vez, disse que, mais
do que nunca, os países do Mercosul deveriam fortalecer suas
democracias.
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