Foto: Agência Brasil
Nomes de destaque do PT e do PMDB estão na lista secreta do
ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro
Antonio Palocci, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), o ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves
(PMDB) são alguns dos alvos das 25 petições feitas pela
Procuradoria-Geral da República e ainda mantidas em segredo pelo STF. De
acordo com o Estadão, as petições têm como base as delações de
executivos e ex-executivos da Odebrecht, mas tratam de fatos ainda não
divulgados. No entanto, sabe-se que existem relatos de vantagens
indevidas em nove campanhas eleitorais, que totalizam R$ 17,43 milhões -
parte deste montante pago em dólar. Conforme detalha a publicação, Lula
é citado quando se trata das operações da Odebrecht em Cuba, no Porto
de Mariel, e em Angola. No país cubano, Fernando Pimentel - ex-ministro e
atual governador de Minas Gerais - teria atuado com o ex-presidente
para que fossem viabilizadas as obras da Odebrecht no porto. Já na
África, a empreiteira assinou um contrato com a empresa Exergia, para
prestação de serviços em Angola entre 2011 e 2014. A contratação teria
sido feita para atender um pedido do próprio petista, já que a empresa é
de propriedade de Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira esposa de
Lula. Delatores afirmaram que a empresa não possuía qualquer experiência
no ramo da construção e foi feita por Taiguara para usar influência do
ex-presidente. As informações serão encaminhadas à Justiça Federal do
Paraná, a pedido da PGR. Quanto a Antonio Palocci, o pedido é para
investigar as afirmações de delatores de que ele pediu pagamentos a
campanhas eleitorais da presidência do Peru e de El Salvador - neste
último, foram pagos R$ 5,3 milhões a João Santana, para trabalhar na
campanha de Maurício Funes, eleito em 2009. Delatores também apontaram o
pagamento de US$ 3 milhões para a candidatura de Ollanta Humala à
presidência do Peru. Em ambos os casos, os repasses foram feitos por
intermédio do Setor de Operações Estruturadas, o "departamento de
propina". Também estão sob sigilo informações a respeito do pagamento de
caixa 2 em três campanhas no país. Foram repassados R$ 2 milhões para o
ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB)na campanha para o governo do
Rio Grande do Norte, em 2014, após pedido do prório candidado e do
ex-deputado Eduardo Cunha. Rodrigo Janot informou que existe uma
investigação prévia sobre o tema na Procuradoria da República do Rio
Grande do Norte, e o ministro Edson Fachin autorizou a remessa para o
estado. A campanha do senador Valdir Raupp teria recebido R$ 500 mil no
pleito ao Senado em 2010. As informações serão incluídas nos dois
inquéritos já existentes no Senado. Luiz Fernando Teixeira Ferreira,
deputado estadual em São Paulo pelo PT, é apontado como beneficiário de
R$ 300 mil em campanha que o elegeu em 2014. A petição foi enviada ao
Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
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