Foto: Jefferson Peixoto/ Ag. Haack/ Bahia Notícas
Diferente
do que aconteceu nas mobilizações do dia 15 de março, a orientação do
governo é evitar uma entrevista oficial de ministro após as
manifestações deste domingo (12). Segundo o colunista Gerson Camarotti, a
avaliação do governo é de que as falas dos ministros Miguel Rossetto,
da Secretaria-Geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, da Justiça,
foram motivadores para o panelaço de março. “O governo está atento aos
protestos. Mas não há motivo para uma fala oficial por causa das
manifestações. Não podemos demonstrar estranhamento. É natural de um
país democrático esse tipo de manifestação”, observou um ministro
próximo da presidente Dilma. Para esse mesmo interlocutor, o governo
precisa mostrar sensibilidade para ouvir as reivindicações, mas agir com
naturalidade. De acordo com Camarotti, a ordem no governo é não
provocar os manifestantes.

Paulinho da Força organiza abaixo-assinado | Foto: Divulgação
Oposição
ao governo Dilma Rousseff (PT), o partido Solidariedade recolheu
assinaturas neste domingo (12) para um pedido de impeachment da
mandatária. “Vamos procurar os demais partidos de oposição para que eles
tomem posição pelo impeachment da Dilma”, afirma o presidente do
Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força. Por meio de nota, o
dirigente culpou Dilma pela situação econômica do país. “O povo está
mostrando que não aguenta mais compactuar com a roubalheira que o PT
instalou no Brasil. E já percebeu que, além de tolerar a roubalheira,
Dilma é incompetente para governar e deixou a economia sair de controle,
com aumento do desemprego e da inflação”, diz Paulinho. “E os partidos
de oposição não podem ficar indiferentes a isso”, acrescentou.
Porto Alegre reúne 35 mil manifestantes, diz Brigada Militar
por Lucas Azevedo, especial para o Estado
Divulgação
Em
Porto Alegre, a Brigada Militar estimou que 35 mil manifestantes
estejam marchando contra o governo federal e pela saída da presidente
Dilma Rousseff (PT). Mais cedo, um ato denominado "Coxinhaço" fez um
protesto simbólico contra os movimentos que criticam o governo federal. O
ato, que contou com dezenas de pessoas na esquina das ruas da República
e Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, tradicional reduto boêmio da
cidade, teve samba e algumas bandeiras do PT. Em Caxias do Sul, na
serra, cerca de 3 mil pessoas se reuniram na Praça Dante Alighieri, de
acordo com a Brigada Militar. Os manifestantes pedem por justiça, fim da
corrupção e se colocam contra o controle da mídia e a favor da Operação
Lava Jato. PT e o PMDB são alvos dos protestos. Já em Santa Maria, no
centro do RS, a manifestação reúne cerca de mil pessoas no centro da
cidade.
Mulher defende Dilma em protesto no RJ e é chamada de prostituta
por Fabio Grellet | Estadão Conteúdo
Mobilização em Copacabana | Foto: Reprodução/ Twitter
Moradora
de um apartamento de cobertura na avenida Atlântica, em Copacabana
(zona sul do Rio), a corretora de imóveis Denise Almeida, de 55 anos,
petista e defensora da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), passou
pelos manifestantes anti-Dilma concentrados na mesma avenida, por volta
das 14h30 deste domingo (12) e perguntou a um deles se sabia quem
assumiria a presidência da República se Dilma for impedida. Foi o
suficiente para que dezenas de ativistas exaltados a cercassem, xingando
e empurrando a mulher, que estava de
bicicleta. "Vagabunda","prostituta" e "vai pra Cuba" foram as palavras
mais repetidas. "Esse pessoal não tem educação nem para dar aos filhos, e
ainda quer cuidar do Brasil. O que eu disse a eles é que precisam
eleger bons deputados, governadores, prefeitos. A Dilma não é
responsável sozinha por todos os problemas do Brasil. Pelo contrário,
foi no governo dela que o porteiro do meu prédio comprou o primeiro
carro", afirmou Denise. Enquanto isso, um ativista dizia para ela
"respeitar o protesto alheio" e outro dizia "comunista tem que andar de
bicicleta mesmo". Depois de ser perseguida por cerca de 150 metros, a
mulher conseguiu se desvencilhar dos ativistas e seguiu para sua casa.
"Isso é o carnaval da minoria, de quem perdeu a eleição e não aceita.
Eles não sabem nem quem assumiria a presidência se a Dilma sair",
afirmou Denise. Os protestos realizados no Rio contra o governo da
presidente Dilma Rousseff reuniram 10 mil pessoas, na avaliação da
Polícia Militar. Os organizadores, contudo, estimam um número ao redor
dos 25 mil manifestantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário